O médium folgado
O médium folgado
Médium folgado aparece de vez em quando. É o último a chegar e o
primeiro a ir embora. Sempre com uma boa desculpa na ponta da língua.
Chega no templo, troca de roupa, põe a fofoca em dia e vai para
corrente. Corpo físico e vaidade presentes, espírito e caridade
ausentes. Bate a cabeça diante do congá, mas a sua cabeça está em outro
lugar... repete mecanicamente os pontos cantados feito robô ou papagaio,
sem sentir a emoção sagrada que abre os portais do coração para as
dimensões superiores da vida. Durante os trabalhos, confunde as sábias
intuições do Guia (que por um extremo de compaixão AINDA o acompanha,
sabe Deus até quando...) com o lixo venenoso de seu subconsciente.
Resultado: passes energéticos precários, consultas e conselhos
estúpidos... coitados dos consulentes! Trabalho extra para os
trabalhadores invisíveis da casa. Coitados também dos outros médiuns,
esses sérios e responsáveis, que são obrigados a triplicar sua doação de
energia na sustentação da corrente para compensar a negligência do
médium folgado, insensato e leviano. Terminada a gira de atendimento, lá
vai o médium para o vestiário se trocar rapidinho.
Varrer o chão do
terreiro? Tirar o lixo dos banheiros? Ajudar os demais companheiros?
Acertar as mensalidades em atraso? Que nada! " Tem um montão de médium
aí à toa para cuidar disso. Melhor sair de fininho, pois tenho outro
compromisso!". Ao sair para rua, sente uma coisa estranha: um peso
desagradável nos ombros acompanhado de súbita confusão mental, uma
sensação de vazio interior indefinível... lá vai o médium folgado
arrastando atrás de si feito um imã humano vários " kiumbas folgados"
barrados na triagem vibratória feita pelos guardiões astrais na
"porteira" do templo. Todos eles pagando carona em seu campo áurico
totalmente desequilibrado e "folgado". "Punição divina?" "Castigo de
Orixá?" Bobagem, meus caros! É apenas aplicação pura e simples da Lei.
Neste caso, a Lei das afini - dades. Ao contrário do "médium folgado" e
seus colegas astrais igualmente folgados, a Lei não folga.
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A Lei não dorme. "Cada um recebe o que merece. E merece o que
recebe"... Não está longe o dia em que o médium folgado sairá deste
templo de Umbanda falando mal de seu dirigente, do corpo mediúnico, dos
consulentes, dos guias e protetores que lhe deram amorosa acolhida e
oportunidade de serviço regenerador... ele logo partirá em busca de
outro lugar, crença ou distração que lhe forneça apenas os benefícios
passageiros do "entretenimento" em vez dos benefícios permanentes do
"comprometimento".
Mensagem do Sr. Exú Marabô"